Carta do editor

Janeiro – Fevereiro de 2019

A catequese e a inspiração catecumenal

Prezadas irmãs, prezados irmãos, graça e paz!

Neste ano de 2019, Vida Pastoral completa 60 anos de publicação em terras brasileiras. Trata-se, pois, particularmente de um ano de ação de graças pelo bem que este veículo de comunicação proporciona aos agentes de pastoral nas comunidades em todo o Brasil. De modo que nosso primeiro agradecimento se dirige a você, nosso interlocutor.

O serviço que esta revista presta ao povo de Deus nasce do coração apaixonado do seu fundador, Pe. Tiago Alberione (Itália, 1884-1971). Na gênese da fundação da congregação dos Paulinos (1914) está o desejo fundamental de viver e anunciar o evangelho na cultura da comunicação. Alberione sempre insistiu que a missão estivesse profundamente marcada pelo caráter pastoral, como ensina o apóstolo são Paulo: “tornar-se tudo para todos, a fim de salvar alguns a qualquer custo” (1Cor 9,22).

Esta publicação nasce como parte desse empenho, disseminando conteúdos formativos, inspirados na Palavra de Deus, em sintonia com o Magistério da Igreja, para colaborar com a ação humanizadora e evangelizadora e iluminar a realidade do povo.

No espírito do Concílio Vaticano II e das Conferências Episcopais latino-americanas, Vida Pastoral sempre procura ficar atenta ao que ordena o Divino Mestre: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!” (Mc 9,35).  Daí decorre a opção editorial de pôr-se ao lado do pequeno, do diminuto, daqueles que não são lembrados.

Desde o seu primeiro número no Brasil (1959), a revista procura ser fiel ao evangelho, em sintonia com aquilo em que insiste seu fundador: “Fazei a todos a caridade da verdade”. Nesse sentido, inaugurando este jubileu de diamante – 60 anos –, renovamos nosso compromisso na esteira do pensamento do papa Francisco: “Saiamos, saiamos para oferecer a todos a vida de Jesus Cristo! […] Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e pela comodidade de se agarrar às próprias seguranças. Não quero uma Igreja preocupada com ser o centro, e que acaba presa num emaranhado de obsessões e procedimentos” (EG 49). De fato, o papa Francisco tem insistido na expressão “Igreja em saída”. Não somente em seus discursos, mas sobretudo nos gestos. O pontífice tem dado testemunho de uma Igreja que não se acomoda na sacristia e nos escritórios frios, que não se autorreferencia, entretanto vai ao encontro dos que estão nas periferias geográficas e existenciais.

É nessa perspectiva que iniciamos o jubileu de Vida Pastoral com o tema da catequese de iniciação à vida cristã. Nosso compromisso com Jesus Cristo começa desde aquele dia em que nos banhamos nas águas batismais. Ali nosso corpo foi banhado em Cristo. “Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. As coisas antigas passaram, e eis que surgiram coisas novas” (2Cor 5,17). Somos, portanto, membros dele e formamos com ele um único corpo. Este é um mistério que nos envolve e nos enche de alegria. Mas é também comprometedor: no corpo do cristão manifesta-se a realidade do corpo de Cristo. Daí uma espécie de alerta: nos pensamentos, nas palavras, nas atitudes do cristão, deve brilhar o testemunho da vida em Cristo.

Esperamos que os assuntos aqui tratados ressoem na vida e na experiência de cada agente de pastoral e abram novos horizontes de fé, de esperança e de amor para nossas comunidades. Jesus, o verdadeiro catequista, nos inspire na missão.

 Cordialmente.

Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp

Editor