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Publicado em maio-junho de 2023 - ano 64 - número 351 - pp.:18-27

A perspectiva dialogal na trama da Vida

Por Faustino Teixeira*

O texto enfatiza a temática do diálogo e a responsabilidade global, no sentido de que o ser humano não é o umbigo do universo. Ele se insere, com humildade, como parte do universo, em igualdade de condições, sem perder, porém, sua singularidade. O papa Francisco tem se apresentado como pioneiro nesse trabalho em favor de nova “solidariedade universal”. Ele vem reiterando, em vários trabalhos e falas, a importância da interligação entre todas as coisas.

Introdução

Num texto recente, Boaventura de Sousa Santos abordou o tema da espiritualidade (SANTOS, 2022). Mencionou duas modalidades básicas de espiritualidade: uma que reitera a superioridade da vida humana sobre as demais e outra que acolhe com humildade a avassaladora presença da imensidão da vida cósmica. Nessa segunda modalidade, que também compartilho, o ser humano deixa de ser visto como o umbigo do universo e se insere, com humildade, como parte do universo, em igualdade de condições, sem perder, porém, sua singularidade. Firma-se uma perspectiva de experiência interior profunda, portadora de paz, que favorece uma compreensão nova da energia vital presente e atuante em todos os seres humanos, animais, vegetais e minerais, formando uma exemplar rede vital de mutualidades e comunicações.

É o que também captamos nas reflexões de Leonardo Boff, ao retomar, com ternura e vigor, a dimensão espiritual e inter-relacional da vida humana, como traço de novidade do século XXI. Em sua visão, o ser humano não é exclusivamente corpo, mas também é espírito, ou seja, “aquele momento da consciência no qual ele se sente parte e parcela do Todo, ligado e religado a todas as coisas” (BOFF, 2002, p. 117). A espiritualidade ganha vitalidade à medida que aciona em nós a “capacidade de contemplação, de escuta das mensagens e dos valores que impregnam o mundo à nossa volta” (BOFF, 2018, p. 188). Trata-se de uma experiência de reverência em face do todo, de abertura generosa e cortês à amorosa energia que preside o cosmo e nele atua.

1. O chamado inter-relacional

O papa Francisco também se apresentou como pioneiro nesse trabalho essencial em favor de nova “solidariedade universal”. Vem reiterando, em vários trabalhos e falas, a importância da interligação entre todas as coisas. É o que vemos estampado, de forma viva, na encíclica sobre o cuidado da casa comum (Laudato Si’ – LS), de 2015. As criaturas estão todas interligadas, e esse vínculo deve ser hoje “reconhecido com carinho e admiração”, sendo todas elas portadoras de direitos característicos (LS 16, 42, 91, 92 e 117). Uma “cultura do cuidado” se impõe como essencial no nosso tempo, é o que lembra Francisco, e seu exercício se realiza em gestos cotidianos de respeito, amor e delicadeza para com o todo que nos envolve (LS 230 e 231). Em viagem ao Cazaquistão, ocorrida em setembro de 2022, Francisco fala do cuidado com a casa comum como grande desafio global, um cuidado amoroso com todas as formas de vida (FRANCISCO, 2022).

Francisco alerta-nos sobre o grande risco que acompanha este tempo do Antropoceno, do homem-humano em sua pegada violenta na Terra, provocando perturbações que quebram o equilíbrio necessário para a manutenção digna da vida. É contra essa intervenção malsã que Francisco se levanta, contra todos os riscos nela envolvidos, sobretudo contra as catástrofes que se anunciam devastadoras para o futuro comum de todos (LS 34 e 161). Adverte-nos sobre esse futuro sombrio que nos aguarda: “Que tipo de mundo queremos deixar a quem vai suceder- nos, às crianças que estão crescendo?” (LS 160). Esse grito de alerta não é apenas do papa Francisco, mas também de tantas outras autoridades religiosas, como Dalai Lama, Thich Nhat Hanh e Bartolomeu I, entre outros. A Terra, como nossa “casa comum”, vem confirmada por Francisco como nossa irmã querida. Em verdade, nós mesmos somos terra e nosso corpo vem composto de elementos do planeta (LS 2). Levar isso a sério tem consequências bem importantes, que não podemos desconhecer, caso queiramos viver com intensidade essa dinâmica relacional. O mistério está, assim, por toda parte e pode ser acolhido com reverência “numa folha, numa vereda, no orvalho, no rosto do pobre” (LS 233). Estamos diante do desafio vivido por muitos dos grandes místicos, como Mestre Eckhart, que nos proporcionam uma bonita contemplação, capaz de desentranhar o mistério em todas as coisas (LS 233).

Não é fácil, porém, romper com a grossa camada ideológica que acompanha o cristianismo em seu percurso. O próprio papa Francisco permanece ainda, de certa forma, refém de resíduos de um antropocentrismo problemático. Ele nos adverte contra um antropocentrismo “desordenado” ou “despótico”, mas mantém aceso seu lugar, reconhecendo o valor peculiar do ser humano “acima das outras criaturas” (LS 119). É um resquício sombrio que permanece na visão de Francisco e vem sendo questionado por vários pesquisadores de campos diversificados da reflexão. Problemática também é a visão de Francisco com respeito à singularidade da imanência. Ele reage contra o que denomina um “confinamento asfixiante na imanência”. É um direito que ele se reserva, mas tal noção mereceria uma explicação mais adequada para evitar dicotomias há muito superadas na reflexão contemporânea.

2. A nova consciência planetária

Um dos grandes desafios de nosso tempo relaciona-se à consciência planetária: como encontrar um caminho civilizacional que saiba incluir a todos, também a natureza; um caminho que possibilite o enriquecimento da compreensão do humano, que envolve não apenas a relação consigo mesmo e com os outros, mas também a relação com o cosmo, seu lugar natal.

Não há nada mais nocivo do que continuar alimentando a ideia moderna da autocentralidade do ser humano e os desdobramentos problemáticos de sua relação de domínio com a natureza. O momento exige uma sensibilidade nova:

Começamos a perceber que destruímos a nós mesmos com essa intemperança. Começamos a entender que o mundo é nossa morada, na qual nascemos e estamos vivendo, e que merece proteção. Melhor: essa natureza merece respeito e escuta, “escuta poética”, pois ela tem valor em si mesma. E uma “nova aliança” entre ela e nós deve ser estabelecida (Prigonine e Stengers), além daquela em que “o homem é senhor e possuidor do mundo” (Descartes) (GESCHÉ, 2004, p. 5).

O sentido místico da consciência planetária convoca o ser humano a uma nova dinâmica relacional, que envolve o olhar, a escuta e a aliança com o todo. Pode-se falar ainda em hospitalidade: ser capaz de hospedar o outro e a realidade envolvente. Isso requer muita humildade e quebra das arrogâncias identitárias, na medida em que traduz nova forma de instalação no mundo, marcada pela “delicadeza espiritual”, pela simpatia, cortesia e retomada do senso da maravilha.

3. A espiritualidade no cotidiano

Em descontinuidade com a lógica prometeica, que busca tudo controlar e explicar, há que reaprender o ritmo da imanência, que envolve humildade e abertura, ou seja, saber se instalar silenciosamente “no frêmito da contingência”. Há que resgatar hoje um sentido mais “terrenal” da mística, que envolve uma percepção acurada do cotidiano, de forma a desentranhar a dimensão mistérica que habita o ser humano e toda a criação.

Thomas Merton, em seu tempo no eremitério, pôde realizar essa experiência de uma vida atenta e desperta. Dizia em seu diário: “Não se requer, porém, concentração, apenas estar presente” (HART; MONTALDO, 2001, p. 291). Esse ensinamento zen já era usual desde o tempo em que coordenava o noviciado, como lembra Ernesto Cardenal em suas memórias: “a vida do contemplativo era simplesmente viver, como o peixe na água” (CARDENAL, 2005, p. 144). Num espaço especial, assumiu radicalmente esse espírito: “O que eu faço é viver. Como eu rezo é respirar”. Em contato com a natureza, Merton sentia-se “desperto e respirando”, atento com todos os sentidos, acolhendo com alegria a polifonia das vozes da mata.

Tudo o que o envolvia preenchia-o de alegria. Assinalou em seu diário: “Uma coisa que o eremitério está me fazendo ver – que o universo é minha casa e que, se não for parte dele, eu não sou nada” (HART; MONTALDO, 2001, p. 273). Em sintonia com Merton e com a perspectiva aberta por Raimon Panikkar, há que entender a mística como “experiência da vida”, ou como “experiência integral da realidade” (PANIKKAR, 2005, p. 15 e 42).

A mística não é uma experiência ultramundana, desencarnada e destacada das alegrias e dores do mundo, nem mero apanágio de uma “aristocracia espiritual”, mas sim um traço ou característica do ser humano em geral, detentor da capacidade de penetrar os meandros da realidade e captar o canto das coisas. O verdadeiro místico não está jamais deslocado de seu tempo, mas é alguém animado por um “desaforado amor pelo Todo”. Sua experiência do mistério ocorre no coração da realidade, em atenção contínua aos pequenos sinais do cotidiano, num movimento incessante de adentrar, cada vez mais, em sua espessura (ZAMBRANO, 2007, p. 127 e 129).

Como mostrou, com pertinência e sabedoria, o místico jesuíta Teilhard de Chardin, “a pureza não está na separação, mas numa penetração mais profunda do universo” (CHARDIN, 1962, p. 67). Os grandes espirituais e santos são reconhecidos em sua grandeza não por escaparem aos desafios de seu tempo, mas pela “maneira de eles viverem plenamente essa vida comum e fazer com que ela faça desabrochar todas as suas virtualidades” (GESCHÉ,2004, p. 55).

4. O humano como “espécie companheira”

Hoje somos provocados a uma essencial “reverência” para com “as outras companhias que fazem essa viagem cósmica com a gente” (KRENAK, 2019, p. 31). Estamos também aprendendo a vitalidade que preside o mundo sob nossos pés. Assim como Eduardo Viveiros de Castro nos apontou o caminho da sabedoria dos povos originários para que saibamos lidar com os tempos difíceis do presente (KOPENAWA; ALBERT, 2015, p. 35), podemos igualmente aprender com a capacidade incrível desse mundo invisível em apontar caminhos de sobrevivência e colaboração. Há um potencial de sobrevivência e artimanha nos fungos. Eles são “sobreviventes veteranos das perturbações ecológicas. Sua capacidade de perseverar – e muitas vezes prosperar – em períodos de mudanças catastróficas é uma de suas características definidoras. Eles são criativos, flexíveis e colaborativos” (TSING, 2019, p. 226).

Os fungos estão sempre em dinâmica de transformação, sustentando a rede vital. Estão dentro de nós e ao nosso redor, “decompondo rocha, fazendo solo, desestabilizando poluentes, nutrindo e matando plantas, sobrevivendo no espaço, induzindo visões, produzindo alimentos, fazendo remédios, manipulando o comportamento animal e influenciando a composição da atmosfera” (SHELDRAKE, 2021, p. 11). O filósofo italiano Emanuelle Coccia escreveu dois livros fantásticos envolvendo essas reflexões (COCCIA, 2018; 2020). Ele sublinha que “a planta encarna o laço mais íntimo e mais elementar que a vida pode estabelecer com o mundo”. Suas raízes “fazem do solo e do mundo subterrâneo um espaço de comunicação espiritual” (COCCIA, 2018, p. 13 e 79) .

Emanuelle Coccia (2020) fala em metamorfose. Esta é, “a um só tempo, a força que permite a todos os seres vivos espalharem-se simultânea e sucessivamente por várias formas e o sopro que permite às formas conectarem-se entre si, passarem de uma para outra” (COCCIA, 2020, p. 20). Trata-se, acima de tudo, da potência que anima todo ser vivo e lhe faculta “chocar em seu seio a capacidade de fazer variar a vida que o anima” (COCCIA, 2020, p. 80). Os seres humanos não apenas habitam Gaia, mas a carregam no ventre, aonde quer que vão. Inserem-se como vida num solo que está em contínuo processo de mudança e textura.

Passou a fase do excepcionalismo humano, já dizia há tempos o antropólogo Lévi-Strauss. Ele foi pioneiro na crítica a um “humanismo sem restrição e sem limite”, a um “humanismo generalizado” (LOYER, 2018, p. 560-561). A antropóloga Donna Haraway (2022) fala em saber seguir com o problema e ser capaz de gerar novos parentescos entre as espécies companheiras, para além do excepcionalismo humano.

5. Ressurgir dos escombros

O momento atual vem marcado pela precariedade generalizada, pelo abuso do poder, pela destruição do campo vital. Tudo visando ao lucro e à supremacia do homem-humano. Há que buscar ou captar as ressurgências em curso, como fala Anna Tsing (TSING, 2019, p. 226); vislumbrar as “erupções de vitalidade inesperada” que emergem pelas margens da vida, os caminhos repentinos para saber viver entre as ruínas. Não há como escapar aos graves problemas que afetam nosso “planeta danado”. Há que saber sobreviver, “seguindo com o problema”, habitando a “barriga do monstro” e erguendo “gestos-barreira” num mundo em crise, à beira do caos (HARAWAY, 2019, p. 20 e 68-69). Parece bem interessante a pista aberta por Donna Haraway quando se define como uma “compostista”, em vez de “pós-humanista” (HARAWAY, 2019, p. 157). Ela insiste na sua tese – singular – sobre a importância, hoje, de sabermos gerar parentes, e não apenas filhos.

O mundo dos vermes, como mostra Sheldrake, tem o que nos ensinar nesse campo da lida com a decomposição (SHELDRAKE, 2021, p. 250). A criatividade passa também por este aprendizado: saber “mexer, misturar e dissolver uma coisa na outra”. Isso fazem os fungos: eles fazem de tudo e também desfazem. E o mundo vai sobrevivendo assim. A vida é sempre um movimento de abertura e descoberta. Os organismos e pessoas estão, juntos, participando desse espetáculo vital, como num “tecido de nós”. O “ambiente” onde se processa o crescimento humano é envolvido por um emaranhado de fios: “É dentro desse emaranhado de trilhas entrelaçadas, continuamente se emaranhando aqui e se desemaranhando ali, que os seres crescem ou ‘emanam’ ao longo das linhas das suas relações” (INGOLD, 2015, p. 120). E é esse entrelaçamento que adorna a textura do mundo.

Tudo que vive está em movimento e é animado por espírito. Isso vale para os humanos, os animais, os vegetais, os fungos e os minerais. Vivos estão o sol, as árvores, os ventos. Trata-se de uma perspectiva presente na visão do grande mestre Dôgen, do Soto Zen, que, num dos livros de seu Shôbôgenzô, sublinhou que a dificuldade de perceber o movimento das montanhas revela uma dificuldade de compreensão do próprio movimento de si (DÔGEN, 2005, p. 103-104).

Como mostram, com evidências, os contemporâneos pensadores da natureza, tudo que está sob a terra é objeto de “transações cosmopolitas” que desconhecemos profundamente quando destruímos as florestas e devastamos os campos. Nessa cidade subterrânea há uma “arquitetura de teias e filamentos”. A antropóloga Anna Tsing (2019) nos faz um convite ousado: da próxima vez que caminharmos numa floresta, devemos olhar “para baixo. Uma cidade está sob os nossos pés”. Poderemos então nos admirar com uma arquitetura de teias e filamentos:

[…] os fungos criam essas teias à medida que interagem com as raízes das árvores, formando estruturas conjuntas de fungos e raízes chamadas “micorrizas”. As teias micorrízicas conectam não apenas raízes e fungos, mas, através de filamentos fúngicos, árvores com árvores, conectando a floresta em emaranhados. Essa cidade é uma cena animada de ação e interação (TSING, 2019, p. 43).

De fato, para aquele que sabe ver, “nada é profano neste mundo” (CHARDIN, 2010, p. 33). Basta romper com o círculo da superficialidade e das aparências, ultrapassar o ritmo dos nomes e formas, para ser capaz de desvendar o Divino que transparece por todo canto: “Em toda parte e ao redor de nós, à esquerda e à direita, por trás e pela frente, por cima e por baixo” (CHARDIN, 2010, p. 83). É o mistério divino “sempre já aí” a assediar, penetrar e modelar o ritmo da criação. De forma ousada, Teilhard reconhece o potencial espiritual da matéria e indica que é mergulhando em seu seio que o ser humano vem introduzido no coração mesmo daquilo que é e alcança a experiência de Deus. Trata-se de mistério protegido por reserva de gratuidade, que se mantém permanentemente como dom: é “a eterna descoberta e o eterno crescimento” (CHARDIN, 2010, p. 115). Surpreendentemente, pode ser alcançado, por aproximação, quando navegamos no sentido da profundidade, em direção ao recanto mais secreto de nós mesmos, no centro mais íntimo, no “abismo profundo” de onde irradia todo poder de ação (CHARDIN, 2010, p. 44).

Conclusão

Como diz Donna Haraway, “estar apaixonado é estar no mundo, estar em conexão com a alteridade significativa e com outros que significam, em diversas escalas, em camadas locais e globais, em teias que se ramificam” (HARAWAY, 2021, p. 93). O monge vietnamita Thich Nhat Hanh cunhou a bela expressão inter-ser para evidenciar a profunda relação vigente entre todas as coisas. Não há entidade autônoma e isolada num mundo tecido por relações de reciprocidade. Estamos todos reunidos num campo de “espécies companheiras”, no qual o traço distintivo é o permanente “devir-com”. Nos intermináveis encontros que ocorrem, todos saem “contaminados”. Sobretudo neste tempo difícil, marcado pela perturbação humana, o desafio maior é buscar uma “sobrevivência colaborativa” (TSING, 2022, p. 63 e 73). O ser humano vem, finalmente, se descobrindo como um parceiro junto aos outros, num movimento comum de “mundificação”, num bonito aprendizado de “florescer conjuntamente na diferença” (HARAWAY, 2022, p. 395).

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Faustino Teixeira*

*Faustino Teixeira é professor titular aposentado da Universidade Federal de Juiz de Fora e colaborador dos canais IHU e Paz e Bem. E-mail: [email protected]