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Publicado em número 222 - (pp. 14-18)

Eucaristia: fonte da missão e vida solidária

Por Pe. Benedito Ferraro

Bendito sejais, Senhor Deus do Universo, pelo pão e pelo vinho que recebemos da vossa bondade, fruto da terra e da videira e do trabalho do homem e da mulher, da cidade e do campo, que agora vos apresentamos, e que para nós vão se tornar pão da vida e cálice da salvação.

 

O 14º Congresso Eucarístico Nacional foi realizado em Campinas nos dias 19 a 22 de julho de 2001. Certamente não podemos aquilatar todos os resultados desse acontecimento que reuniu pessoas vindas de quase todos os Estados do Brasil, colocando na mesa comum suas experiências, colaborando com o enriquecimento mútuo.

Retomando parte dessa memória, queremos refletir sobre o pão e o vinho, que apresentamos ao Senhor e que se tornam para nós Pão da Vida e Vinho da Salvação. Queremos, nessa perspectiva, ligar a Eucaristia com a vida do dia a dia. Ligar a Eucaristia com a vida dos trabalhadores e trabalhadoras, que produzem o pão e o vinho e que, por causa de um sistema injusto, acabam, muitas vezes, ficando sem o alimento necessário para manter a vida.

 

1. Pão real: sustento da vida

Como diz a oração das oferendas, o pão e o vinho são frutos da terra e do trabalho do homem e da mulher. Isso significa que neles há muito trabalho incorporado. Há muita vida e muito suor: “A ideia de Jesus é genial: reunir os homens e mulheres na unidade, partindo não das ideias, mas da matéria. A força da unificação e conciliação dos homens e mulheres, a energia oculta que nos une é Cristo, mas Cristo quer que esta energia seja colhida e simbolizada no pão e no vinho. Porque o pão e o vinho nos unem na mesa e são o símbolo desta união… E o pão e o vinho significam que só podemos realizar a união através da produção. O Pão nasce da terra, mas para ser pão deve passar pela mediação do homem e da mulher. O pão simboliza o produto indispensável à vida do homem e da mulher e é aquele produto que mais precisa de mediação: do campo à ceifa, à debulha, ao moinho, à panificação. São pelo menos quatro mediações, sem levar em conta a distribuição. A Eucaristia nos lembra o empenho de fazer comunhão entre nós passando pela produção”[1].

Seria longo sinalizar todas as mediações necessárias para a produção do pão e do vinho. Mas é importante para compreendermos que o pão não é apenas pão e o vinho não é vinho tão somente, mas sim frutos de relações sociais. São, na verdade, a vida de nossos irmãos e irmãs incorporada neles. Quantas pessoas estão engajadas em sua produção! Para pensarmos o plantio, é necessário pensarmos a preparação da terra feita pelo camponês(a), os instrumentos necessários para essa tarefa: a enxada, o arado ou o trator. Esses, por sua vez, dependem dos que trabalharam nas minas, colhendo o minério de ferro, em circunstâncias extremamente perigosas, como também dos operários(as) que os produzem nas fábricas. Normalmente, a colheita é feita pelos boias-frias, cuja vida de sacrifícios conhecemos. Para chegar à cidade, o pão e o vinho necessitam do transporte. Caminhoneiros que percorrem grandes distâncias, enfrentando, a cada dia, os perigos de nossas estradas. Há ainda os que trabalham na produção da farinha nas indústrias, os que trabalham nas padarias e no comércio. Todo esse trabalho é realizado para que o pão e o vinho possam estar em nossas mesas e também na mesa do altar. Para ilustrarmos todo esse processo, recorremos ao esquema utilizado por E. Dussel[2], que nos ajuda na compreensão de todo o trabalho incorporado na produção do pão e do vinho:

 

PÃO É VIDA

 

    1. Ser humano:                                 2. Trabalho (ação)                                                                      3. Terra

Sujeito de necessidades Matéria

  5. Vida                                                                                                                                       4. Pão

Consumo Produto

 

O ser humano — homem e mulher —, no trabalho cotidiano, busca o sustento da vida diária, pois é um ser de necessidades. Seu trabalho visa produzir o necessário para que a vida possa ser produzida e reproduzida, através do consumo do fruto de seu trabalho. E como diz o Eclesiastes: “Vejam: a felicidade do homem e da mulher está em comer e beber, desfrutando o produto do seu trabalho… E compreendi também que é dom de Deus que o homem e a mulher possam comer e beber, desfrutando do produto de todo seu trabalho” (Ecl 2,24; 3,13). No entanto, quando o homem e a mulher não podem usufruir o produto de seu trabalho, surge a injustiça, que manifesta a quebra das relações de igualdade e impede que a vida seja vivida na fraternidade de irmãos e irmãs, numa mesma casa, cidade ou país.

 

2. O pão econômico e as relações sociais de trabalho

Quando, numa sociedade, há pessoas que não têm acesso ao produto de seu trabalho, podemos questionar sua organização, pois essa desigualdade revela a injustiça presente nas relações sociais. Ao negar o trabalho aos trabalhadores(as), o pão não pode ser partilhado de modo fraterno, pois o desemprego[3], se não mata, machuca demais. Quando a concentração da terra chega a níveis insuportáveis, como no Brasil[4], o pão não pode chegar à mesa de todos. Quando a indigência atinge 50 milhões de brasileiros[5], o pão não pode estar presente na mesa de todos, como ali­mento que dá sustento e alegria de viver. Essa realidade está em contradição flagrante com a proposta de At 4,34: “Entre eles ninguém passava necessidade, pois aqueles que possuíam terras ou casas as vendiam, traziam o dinheiro e o colocavam aos pés dos apóstolos; depois, era distribuído a cada um conforme a sua necessidade”.

O pão econômico explicita as relações de trabalho de uma sociedade. No nosso caso, o pão econômico, mal partilhado, conforme as estatísticas, revela que nossa sociedade, marcada pela desigualdade, priva muitos do exercício da cidadania plena. Mostra que a exploração continua imperando nas relações de trabalho, pois os que detêm o capital acabam mantendo os que trabalham numa situação de dependência.

 

3. O pão econômico é o pão da Eucaristia

O mesmo pão que comemos na nossa casa está presente na mesa do altar. Ele é fruto do trabalho do homem e da mulher, do campo e da cidade. O pão e o vinho revelam que a economia é a base da liturgia: “Trata-se de compreender a articulação entre o pão, fruto do trabalho comunitário dos homens (e mulheres) e que se troca entre os produtores, e o pão, matéria da oferta eucarística. Em um segundo nível de profundidade, é preciso articular o pão do sacrifício com o próprio corpo do profeta que se oferece na história nas lutas pela justiça, pela construção do Reino. Pão do trabalho, pão da oferta, o corpo do mártir como pão eucarístico. Isto é saber articular economia e eucaristia, a essência do cristianismo”[6].

Numa sociedade em que a economia já não mais se preocupa com o bem comum das pessoas, mas única e exclusivamente com o lucro, colocando a produtividade e as leis de mercado como parâmetros absolutos[7], a Eucaristia deve se tornar um gesto profético em favor da justiça e da partilha. A Gaudium et Spes, texto do Vaticano II, mostra que a economia deve estar a serviço das pessoas e de toda a comunidade humana: “A finalidade fundamental da produção não é o mero aumento de produtos, nem o lucro ou a dominação, mas o serviço do homem e do homem completo, atendida a hierarquia das exigências de sua vida intelectual, moral, espiritual e religiosa; de todo homem, dizemos, de qualquer comunidade humana, sem distinção de raça ou de região do mundo”[8].

Existe uma contradição entre o anúncio e a realidade. Muitas vezes, proclamamos uma verdade, mas a prática cotidiana está longe de se tornar verdadeira. Os bispos latino-americanos detectaram essa realidade, ao afirmar: “Vemos, à luz da fé, como um escândalo e uma contradição com o ser cristão, o abismo crescente entre ricos e pobres. O luxo de alguns poucos converte-se em insulto contra a miséria das grandes massas. Isto é contrário ao plano do Criador e à honra que lhe é devida”[9]. Essa mesma constatação é feita na Declaração Final do 14º Congresso Eucarístico Nacional: “Estivemos reunidos em Campinas, irmãos e irmãs, vindos das diferentes regiões do Brasil. Esta grande cidade do Sudeste acolheu-nos cordialmente. Mostrou-nos seu grande potencial humano, financeiro e tecnológico, ao mesmo tempo em que percebemos o clamor de cidadãos que sofrem, como, aliás, em todo o país, brutais contrastes entre riqueza e miséria no mesmo solo, na mesma família humana, na mesma mesa cristão[10].

 

3.1. A dimensão profética da Eucaristia na tradição bíblica

A tradição bíblica nos alerta para essa contradição e nos ajuda a compreender que a Eucaristia assumida tem sempre uma dimensão profética, que, muitas vezes, desemboca no martírio — como aconteceu com D. Oscar Romero, ao buscar ser coerente com a vida dos pobres, em El Salvador. O texto de Eclo 34,18-24, que serviu para a conversão de Bartolomeu de las Casas, e o texto de 1Cor 11,17-32 servem como alerta, ainda hoje, para todos os que se dizem cristãos. A Eucaristia é um sacramento, um símbolo, mas deve se concretizar na vida concreta do dia a dia, para não ter seu significado esvaziado: “O partilhar alimento e bebida uns com os outros, a celebração duma refeição especialmente entre os que são abastados e os que nada possuem, é essencial à celebração da refeição eucarística cristã. A simbolização ritual do grupo cristão, do corpo de Cristo, está ligada integralmente com a celebração duma refeição e com a bem concreta participação de todos os cristãos à mesma mesa. O símbolo central da associação cristã não é um código ou um lugar sagrado, não é uma fórmula ou ação ritual, mas a bem concreta participação numa mesma refeição em justiça e amor. A comunidade reunida ao redor da mesa do Senhor deve superar suas estratificações e discriminações sociais. Senão, torna-se culpada e responsável por ‘profanar’ a vida e morte do seu Senhor… A condição essencial para celebrar a ‘ceia do Senhor’ não é o rito cúltico, mas a partilha socioeclesial do alimento e da bebida. Todos os cristãos devem ser capazes de participar em pé de igualdade da mesa do único Corpo. Discriminações sociais destroem a comensalidade da ceia do Senhor. A participação de todos os membros da associação cristã — ricos e pobres, livres e escravos, homens e mulheres, judeus e gregos — no único pão partido constitui o único corpo, a ecclesia. O tornar-se Igreja, como também a ritualização simbólica da Igreja, não é possível sem a igualdade na concreta participação à mesma mesa. Ora, uma participação à mesma mesa em pé de igualdade requer que se abandonem as discriminações sociais entre os que participam do corpo e do sangue de Cristo. Não apenas as discussões e questões ‘eucarísticas’ dos coríntios, mas também as nossas de hoje poderão adquirir novas dimensões e impulsos teológicos, se novamente focalizarmos o caráter de refeição que tem a eucaristia como elemento constitutivo da ritualização simbólica da comunidade cristã, como também se trabalharmos por superar a discriminação social e o preconceito social como precondição essencial”[11].

Essa é a grande contradição que continua presente em nosso meio e que o 14º Congresso Eucarístico Nacional buscou denunciar em seu texto-base[12]. A Eucaristia supõe a convivência de irmãos e irmãs na mesma mesa. E quando essa realidade não existe, a Eucaristia se torna, em cada celebração, uma denúncia da realidade que impede que o pão seja partilhado entre todos: “O pão nosso de cada dia nos dá hoje” (cf. Mt 9,11). A vontade de Deus, Pai-Mãe, expressa na prática de Jesus de Nazaré, é a de que todos os seus filhos e filhas tenham vida plena (cf. Jo 10,10).

 

3.2. Eucaristia e divisões na comunidade

No texto de 1Cor 11,17-32, encontramos o pensamento de Paulo que critica a comunidade que não age de acordo com os preceitos do amor. Ela acaba repetindo os erros presentes na sociedade: “O ato que devia ser um sinal do festim do Reino perdia então todo o seu conteúdo. Tratava-se de uma profanização da celebração da Eucaristia”[13]. Esse é um perigo constante que ronda nossas celebrações eucarísticas, quando não há compromisso efetivo para transformar a realidade injusta que impede a presença de todos como irmãos e irmãs na mesa comum. A crítica aqui não é para os “de fora”, mas sim para os “de dentro”, para aqueles que professam a mesma fé e acreditam na presença misteriosa de Jesus no pão e no vinho, sinais visíveis da graça de Deus oferecida a todos. O esquema utilizado por E. Dussel, refletindo o texto de Eclo 34,18-24, base da conversão de Bartolomeu de las Casas, pode nos ajudar na compreensão desse desafio:

 

 

O PÃO DA ECONOMIA É O PÃO DA EUCARISTIA[14]

 

 

 

O pão é fruto do trabalho do pobre. Tirar o pão do pobre e oferecê-lo a Deus é, na verdade, como diz o texto bíblico, matar o filho na presença do pai. Nesse sentido, a base da Eucaristia é a economia. Por isso, toda Eucaristia celebrada deve apontar para a partilha real dos bens, retomando hoje e sempre a experiência utópica das primeiras comunidades cristãs (At 2,42-47; 4,32-35).

 

4. A modo de conclusão

A Eucaristia nos relembra o grande dom de amor que Jesus nos deixou como sinal de sua presença no meio de nós. Sua vida foi toda perpassada pela vivência eucarística: partilha do pão, compaixão pelos pobres, acolhimento dos pecadores e doentes. Em seu testamento, ele disse: “Fazei isto em memória de mim” (Lc 22,19). O “isto” que Jesus pede que façamos “abre-se para uma perspectiva exigente, oblativa, de doação completa da vida. ‘Fazei isto’ significa celebrar o mistério eucarístico, atualizar a memória de Jesus. ‘Fazei isto’ implica doar a vida cotidianamente. ‘Fazei isto’ significa repartir o pão em todas as suas dimensões e sentidos”[15].

A Eucaristia como fonte da missão e vida solidária indica o caminho do compromisso para todos os cristãos e cristãs: transformar a sociedade para que ela se torne casa comum de todos, onde todos e todas possam ser acolhidos e incluídos como irmãos e irmãs ao redor da mesma mesa. Essa utopia deve orientar a nossa caminhada, como orientou a vida de Antônio Costa Santos, o Toninho[16], que muito colaborou coma realização do 14º Congresso Eucarístico Nacional e foi ceifado por uma bala assassina e cruel. Que seu sangue derramado, misturado ao sangue libertador e salvador de Jesus Cristo, não tenha sido derramado em vão e possa germinar em frutos de justiça e paz, concretizando o sonho de Jesus de Nazaré: vida plena para todos e todas.



[1] PAOLI, A., Caminhando se abre caminho, São Paulo, Paulus, 1997, p. 163.

[2] DUSSEL, E., “O pão da celebração: signo comunitário de justiça”, em Concilium, 172 (1982/2), p. 78.

[3] A tabela abaixo indica o desemprego nas regiões metropolitanas do Brasil:

   Taxa de desemprego total nas principais regiões metropolitanas 1999/2000 (%)

Regiões

Agosto

Janeiro

Julho

Metropolitanas

1999

2000

2000

Belo Horizonte

18,1

17,2

18,8

Distrito Federal

21,9

20,8

19,6

Porto Alegre

19,6

16,7

16,8

Recife

21,7

21,0

21,3

Salvador

28,7

26,6

27,3

São Paulo

19,6

17,7

18,6

Fonte: Dieese.

[4] No Brasil, de acordo com o Atlas Fundiário do Incra, 2,8% dos imóveis são latifúndios, que ocupam 56,7% da área total. Os minifúndios representam 62,2% dos imóveis, ocupando 7,9% da área total (cf. Folha de S. Paulo, 6/5/2000, p. 1.3). Além dessa informação, é importante também sinalizar que, enquanto os trabalhadores(as) lutam para fazer a reforma agrária, com o sangue e o suor de muitos, a terra, pela atual política econômica, acaba se concentrando ainda mais nas mãos de poucos: se de um lado, entre 1995 e 2000, os assentamentos representaram a ocupação de 18 milhões de hectares de terra, o cadastro do Incra mostra que, entre 1992 e 1998, a área total controlada pelos imóveis rurais maiores que 2.000 hectares foi ampliada em 56 milhões de hectares” (cf. Revista Sem Fronteiras, nº 287 (março/2001), pp. 14-15).

[5] “Mesmo com a melhoria de alguns índices econômicos, persistem as injustas desigualdades sociais, evidenciadas pela recente Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios e outros estudos. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas, o número de indigentes no Brasil chega a 50 milhões, representando 29% da população” (CNBB, “Apreensões e esperanças”, in Encarte Conjuntura Social e Documentação Eclesial, 586, p. 2).

[6] DUSSEL, E., art. cit., p. 76.

[7] “Domina cada vez mais, em muitos países americanos, um sistema conhecido como ‘neoliberalismo’; sistema este que, apoiado numa concepção economicista do homem, considera o lucro e as leis de mercado como parâmetros absolutos com prejuízo da dignidade e do respeito da pessoa e do povo. Por vezes, este sistema transformou-se numa justificação ideológica de algumas atitudes e modos de agir no campo social e político que provocam a marginalização dos mais fracos. De fato, os pobres são sempre mais numerosos, vítimas de determinadas políticas e estruturas frequentemente injustas” (JOÃO PAULO II, Ecclesia in America. Exortação apostólica pós-sinodal, Paulus, São Paulo, 1999, nº 56).

[8] Gaudium et Spes, 64.

[9] Puebla, 28.

[10] 14º Congresso Eucarístico Nacional — Eucaristia: fonte da missão e vida solidária, p. 2.

[11] Elisabeth Schüssler FIORENZA, “Participação à mesma mesa e celebração da Eucaristia”, em Concilium, 172 (1982/2), pp. 17-18.

[12] 14º Congresso Eucarístico Nacional, Eucaristia: fonte da missão e vida solidária, São Paulo, Paulus, 2001, pp. 61-82.

[13] SANTA ANA, J., Pão, Vinho e amizade. Meditações, Rio de Janeiro, CEDI, 1986, p. 73.

[14] Eis a explicação do esquema dado por E. Dussel: “Bartolomeu (conquistador, A do esquema) tinha tirado do índio (o pobre explorado, B) o fruto de seu trabalho. O trabalho do índio (flecha a) não volta ao índio como vida, mas como apropriação do dominador (flecha c). Esse pão roubado é, agora, o mesmo pão, colocado no altar como ‘pão eucarístico’. O profeta latino-americano entendeu a dialética econômico-eucarística no texto bíblico do Êclesiástico: É sacrificar o filho na presença de seu pai, roubar os pobres para oferecer sacrifício. O pão é a vida do pobre e quem o defrauda é homicida” (DUSSEL, E., art. cit., p. 83).

[15] 14º Congresso Eucarístico Nacional, Texto-base, op. cit., p. 35.

[16] Antônio Costa Santos, prefeito de Campinas, eleito em 2000 e assassinado na noite de 10 de setembro de 2001, por orientar a política em favor dos empobrecidos, sobretudo a partir do orçamento participativo, fazendo a inversão de prioridades.

Pe. Benedito Ferraro