Artigos

Publicado em novembro-dezembro de 2023 - ano 64 - número 354 - pp.: 4-11

Clarice Lispector e o chamado ancestral

Por Faustino Teixeira*

“Quando meus olhos estão sujos da civilização, cresce por dentro deles um desejo de árvores e aves.” Manoel de Barros

Clarice Lispector é, talvez, uma das mais importantes escritoras do Brasil, com uma capacidade impressionante de tocar os mistérios mais enigmáticos da vida. O objetivo deste artigo, muito inspirado em papa Francisco e em sua percepção da íntima ligação entre as coisas, é justamente captar em Clarice o chamado ancestral, ou seja, a aproximação ao núcleo da vida pura, que situa o ser humano numa linda teia de relações, na qual ele pode perceber-se uma “espécie companheira”, com sua singularidade específica, mas inserido como parte no emaranhado da teia vital. Isso Clarice trabalhou como poucos, e seu romance A paixão segundo G.H. representa seu momento de maior penetração nesse mistério.

 

Introdução

Nosso momento atual é marcado por uma consciência nova, de interconexão entre todas as coisas. O ser humano reconhece seu tecido terrenal, de alguém que é terra e cujo corpo vem constituído por elementos do planeta (FRANCISCO, 2015, p. 3). Não há como desconectar o ser humano do todo em que ele habita. É no interior da textura do mundo que ele traça seu crescimento, num “nexo singular de crescimento criativo dentro de um campo de relacionamentos desdobrando-se continuamente” (INGOLD, 2015, p. 12). O ambiente em que vive o humano é um feixe de emaranhamentos, uma trilha de relações marcadas por vida e movimento. É no seio do movimento que a vida se faz e se renova continuamente.

O que pretendo aqui, nesta reflexão, é justamente desentranhar, na literatura de Clarice Lispector, esse passo fundamental da interligação. Talvez seja ela uma das mais importantes escritoras brasileiras a serem tocadas pelo chamado animal e vegetal, avançando num campo desafiante que busca pensar para além da tradição humanista. Trata-se, como lembrou com acerto Evando Nascimento, de uma “literatura pensante”, que situa com singularidade outros viventes além dos humanos no cenário da ficção e da poesia (NASCIMENTO, 2021, p. 31).

1. Clarice e o apelo da animalidade e da vegetalidade

Clarice Lispector é uma escritora singular, marcada por uma sede diferencial, animada por “coração selvagem”. Há nela, desde criança, uma impaciência com a vida habitual e uma voragem que a incendeia, sempre em busca do mistério da coisa que está sempre ali, submersa na vida cotidiana. Como uma eterna criança, deixa-se hospedar, com espanto e admiração, pelo mistério do mundo que a rodeia, “com seus planetas e baratas” (LISPECTOR, 2020a, p. 65). Numa de suas crônicas, Dies Irae, Clarice sublinha uma gula peculiar pelo mundo. Assinala querer “comer o mundo”, embora reconheça que ele, o mundo, só se dá de fato aos simples (LISPECTOR, 2018, p. 450).

É uma escritora de sentidos aguçados, sempre alerta para captar a música do cotidiano, em seus passos simples e naturais. Com o olhar afiado, como o de sua personagem Joana, Clarice reitera a urgência de uma silenciosa presença do existir, surpreendendo-se sempre “com o símbolo das coisas nas próprias coisas” (LISPECTOR, 2019b, p. 44).

Sua literatura é povoada por bichos, como os cachorros, os gatos, os cavalos, as galinhas, os micos, os peixes, as baleias, as minhocas, os besouros, as pombas, as tartarugas, os passarinhos, o louva-a-deus e o búfalo. Igualmente pelos bichos mais “repugnantes”, como as baratas e os ratos. São os seres estranhos e esquisitos que emergem em seus romances, como Cidade sitiada: baratas velhas que saem dos esgotos ou ratos varridos do olhar público para manter uma aparência de limpeza no mundo civilizado. São seres que povoam também o mundo interior, como em grutas sombrias e obscuras, com seus animais soturnos, como os morcegos, o escorpião, os caranguejos e as aranhas.

Estamos diante de uma literatura animada pela maravilha que se combina com um “doce horror”. Clarice é escritora que reconhece sua ancestralidade animal e a celebra. Sua vontade era mesmo nascer bicho, dada sua dificuldade e estupor com os humanos. Diz, por meio de uma personagem, que não ter nascido bicho é “sua secreta nostalgia” (LISPECTOR, 2019a, p. 60).

Seu anseio é pela “vibração do alegre”, e, de repente, seus personagens humanos aparecem trotando com patas de cavalo. Diz em Água viva que “todos os seres vivos, que não o homem, são um escândalo de maravilhamento” (LISPECTOR, 2019a, p. 63). Para a escritora, ter um bicho “é uma experiência vital. E a quem não conviveu com um animal falta um certo tipo de intuição do mundo vivo” (LISPECTOR, 2018, p. 375).

Autores como Maria Esther Maciel e Evando Nascimento falam dessa zooliteratura de Clarice como um marco singular de sua reflexão. A rica fauna que encanta os leitores, também na sua literatura infantil. Redescobre-se igualmente, com rara beleza, sua fitoliteratura, com o encanto das rosas e pitangas, como na crônica Cem anos de perdão. Ali encontramos a paixão da criança pela rosa proibida e a alegria de poder contê-la na mão (LISPECTOR, 1999,
p. 299). Sua paixão pelas flores ressoa num repertório maravilhoso, a começar pelas rosas, mas também envolvendo cravos, girassóis, violetas, sempre-vivas, tulipas, jasmins, damas-da-noite, gerânios, crisântemos e edelvais (LISPECTOR, 2019a, p. 64-66).

 Somos igualmente tocados por admiração diante das descrições feitas por Clarice da riqueza do Jardim Botânico e da floresta da Tijuca, onde as árvores se revelam “mais vegetais que nunca”. As “miúdas rosas silvestres”, do conto A imitação da rosa, levaram quase ao êxtase Caetano Veloso e Marina Colasanti. A extrema beleza dessas flores era algo que “incomodava” e provocava fissuras de loucura. Bela também é a descrição clariceana do “milagre das folhas”, no Livro dos prazeres. O olhar do leitor concentra-se numa das folhas, que cai sobre os cílios de Lóri, e esta percebe, no acontecimento, a grande delicadeza de Deus (LISPECTOR, 2020b, p. 107).

Evando Nascimento sinaliza que, em geral, a crítica literária não levou a sério o papel singular dos vegetais na literatura de Clarice, e então ele se dedica com afinco a ressaltar essa questão tão importante no tempo atual. Aponta-a como a escritora brasileira que promove o “encontro entre as alteridades humanas e não humanas” (NASCIMENTO, 2021, p. 187), conseguindo avançar para além desta humanidade “ensopada de humanização”. Trata-se da autora que nos convida a transformar a dura “pegada” humana no planeta. Ela nos faz ver a importância da delicadeza e do cuidado com as coisas do mundo, o qual, sem atenção, pisamos “com uma pata humana demais” (LISPECTOR, 2020a, p. 154).

2. O mistério da coisa

Em todo o seu itinerário de escritora, Clarice teve sempre como marco referencial a busca da coisa, do neutro (it) e do mundo real. Desde o seu primeiro romance, Perto do coração selvagem, de 1943, viu-se tomada pelo desejo imperativo de “perseguir esse núcleo de vida pura que nos iguala aos animais e nos despe de nosso manto cultural” (CASTELLO, 2011, p. 9). Pode-se talvez identificar esse núcleo vital como aquele “é” que se encontra detrás das palavras. Trata-se daquela “coisa mais primeira” que é “fonte de geração” (LISPECTOR, 2019a, p. 33). Essa nervura do real é o que Clarice havia buscado a vida inteira e que percebia ser a “identidade mais última” (LISPECTOR, 2020a, p. 133), a fonte de alegria mais profunda e secreta. Para alcançar o que seria difícil expressar por palavras, ela fala em “fundo musical” que se camufla atrás do pensamento e promove a “dança” mais significativa da vida, em busca da dinâmica do real (LISPECTOR, 2019a, p. 56).

Quando se margeia esse núcleo essencial, esse “fundo” (Grunt) que também foi expresso belamente pelo místico Mestre Eckhart no século XIII, toca-se o mistério da liberdade, vista por Clarice como seu “último refúgio”. A escritora disponibilizou-se a ouvir esse “grito ancestral”, colocando-se numa posição de risco, bem rente à “beira” da normalidade, ao “outro lado” desconhecido e temido por todos.

Em ato de ousadia literária das mais aguçadas, Clarice decide avançar no mais íntimo interior, visando “encontrar, no mergulho introspectivo do êxtase, uma realidade abismal e incontrolável, sem beleza ou consolo, ao mesmo tempo repulsiva e fascinante, inseparável do grotesco”
(NUNES, 1995, p. 62). Em romances específicos, podemos acompanhar esse movimento de ousadia da escritora, em personagens que refletem seu alter ego. Deparamos com passagens preciosas, em que partilhamos uma experiência epifânica, também identificada pela autora como um “estado de graça”. É o que ocorre, por exemplo, num de seus mais belos contos, Amor, quando a personagem Ana, impactada pela imagem de um cego mascando chicles, vive a experiência de um tumulto interior que “despedaça” a arquitetura de sua vida normal e a direciona ao Jardim Botânico, onde então vive uma epopeia íntima diante da natureza. Estava ali perante a vastidão de árvores, frutas, caroços, ramos, pequenas flores e enxame de insetos que embaraçavam sua visão e promoviam um trabalho secreto em seu mundo particular. A narradora sublinha que aquele mundo, ao mesmo tempo que imaginário, era vivamente real, “um mundo de se comer com os dentes, um mundo de volumosas dálias e tulipas. Os troncos eram percorridos por parasitas folhudos, o abraço era macio, colado” (LISPECTOR, 2016, p. 151).

Ana teve, no Jardim Botânico, uma experiência ambígua de alegria e sofrimento. Teve “medo do inferno”, diante de tanta beleza. Deu-se conta de que a vida era mesmo “periclitante”, mas suscitava um amor magnífico. Não tinha como escapar ao evento, algo se rompia ali no ritmo habitual da rotina de seus dias, como a quebra de uma “crosta” assegurada. Por um instante, para Ana, “a vida sadia que levara até agora pareceu-lhe um modo moralmente louco de viver” (LISPECTOR, 2016, p. 152). Ela “amava o mundo” e teve ali uma experiência de graça. Como todo estado de graça, não tinha como aguentar aquela epifania por muito tempo. Tinha de retornar ao seu ritmo tradicional, mas já não era a mesma. Olga de Sá, estudiosa de Clarice, assinala que “todos os que passam pelas epifanias de beleza”, como Ana, acabam voltando. Voltam, porém, distintos, pois experimentam as “manifestações instantâneas do núcleo da vida” (SÁ, 1993, p. 153).

Sobre esse estado de graça, Clarice Lispector falou por diversas vezes, como na crônica no Jornal do Brasil em 6 de abril de 1968. Na presença dessa graça, vive-se um estado simultâneo de alegria, leveza e lucidez, o que possibilita um olhar diferencial para o mundo e os outros. No olhar depurado e gratuito, consegue-se captar com eloquência “a profunda beleza, antes inatingível, de outra pessoa” (LISPECTOR, 1999, p. 91). Isso me faz lembrar do “ponto virgem” (le point vierge) expresso por Thomas Merton em suas reflexões. Aquele “pontinho de nada”, de “absoluta pobreza”, que traduz o centro do próprio ser (MERTON, 1970, p. 183). O estado de graça não é algo que está ancorado na vontade, mas é gratuito e espontâneo. Vem, assim, sem que ninguém o provoque. Não é algo dado com frequência nem pode durar muito caso contrário, o sujeito que o experimenta corre o risco de passar definitivamente “para o outro lado da vida” (LISPECTOR, 1999, p. 92). O místico Bernardo de Claraval sublinha que um estado semelhante, de pura graça, ocorre numa rara hora e num breve tempo: “rara hora et parva mora” (CHIARAVALLE, 1996,
p. 258). Trata-se da experiência de “existir”. É algo tão fora do comum, que, se ocorresse com frequência ou demorasse mais tempo do que o devido, poderia levar à loucura (LISPECTOR, 2020b, p. 146).

3. O chamado primordial

A experiência de estar à beira vem radicalizada no romance A paixão segundo G.H., de 1964. A história é aparentemente simples. Consiste no relato de um episódio na vida de G.H., uma escultora da classe alta que decide arrumar sua casa, a começar pelo quarto da empregada Janair, que havia acabado de deixar o emprego. Tudo acontece no trajeto que vai da sala ao quarto de empregada. Até então, a vida de G.H. era marcada por uma rotina bem previsível. Ela era simplesmente o que os outros sempre haviam reconhecido. Era uma pessoa “agradável”, de “amizades sinceras”. Não podia jamais imaginar que, naquele curto percurso, estaria a “um passo da descoberta de um império” (LISPECTOR, 2020a, p. 21).

O que vai ocorrer com G.H. é visto por ela como a perda de algo essencial, mas na verdade é um processo vital de dessubstancialização, de despojamento das amarras do eu, de desorganização de um sistema. Estava diante da possibilidade de outro modo de ser e não se sentia, assim, preparada para tal aventura. Era como despertar para instintos que foram antes abafados (LISPECTOR, 2018, p. 375). Mas arriscou. Enquanto ela estava presa às suas circunstâncias tradicionais, estava segura e contente. O passo que iria dar era em direção a uma “aterradora liberdade” e podia ser fatal.

Foi por intermédio de uma barata que toda a mudança em G.H. se processou. A metamorfose em G.H. se dá como uma descoberta da ancestralidade. A escultora se vê confrontada com um ser que já estava na terra desde muito tempo, “há trezentos e cinquenta milhões de anos”, resistindo a todas as intempéries. E esse ser era de sua mesma substância. Nesse encontro inesperado, a personagem descobre, com seu olhar, estar diante de sua vida mais profunda, que é matéria vertente, inumana. Ela diz: “Eu fora obrigada a entrar no deserto para saber com horror que o deserto é vivo, para saber que uma barata é a vida. Havia recuado até saber que em mim a vida mais profunda é antes do humano” (LISPECTOR, 2020a, p. 134). A barata, “que enchia o quarto de vibração”, era, na verdade, um chamado impactante de uma fonte arcaica, de matéria viva similar. A escuta desse chamado vem representada de forma esplêndida pela escritora:

Como se uma mulher tranquila tivesse simplesmente sido chamada e tranquilamente largasse o bordado na cadeira, se erguesse, e sem uma palavra – abandonando sua vida, renegando bordado, amor e alma já feita – sem uma palavra essa mulher se pusesse calmamente de quatro, começasse a engatinhar e a se arrastar com olhos brilhantes e tranquilos: é que a vida anterior a reclamara, e ela fora (LISPECTOR, 2020a, p. 68).

G.H. é tomada por esse “grito ancestral” e, hipnotizada, não consegue se livrar do quarto onde a metamorfose se deu. Como aponta Olga de Sá, a escultora percebe “que o mundo não é humano e a pessoa é uma construção ‘sentimentária’ e útil, crosta superficial sob a qual lateja o inumano, a matéria do Deus. A crosta arrebenta como um dique e se refaz o silêncio primeiro da origem das coisas” (SÁ, 1993, p. 146). É como se do ventre “vivo e mole” do inseto se desfraldasse o fruto e matéria-prima do mundo. A percepção desse “tecido misterioso” era também o mergulho num nada renovador.

A mudança que se processa desarma o mundo arranjado e seguro de G.H., desmorona construções assentadas e provoca uma alquimia fantástica. Trata-se, na verdade, de um exercício de desaprendizagem, pelo qual, mediante a quebra de um invólucro, se capta o núcleo da vida. No evento da despersonalização que se processa, G.H. “se perde como pessoa, para alcançar-se como ser e encontrar sua identidade, ao nível do puramente vivo” (SÁ, 1993, p. 137).

O que ocorre é também uma experiência de “deseroização”, que quebra com o exclusivismo humano, a bipolaridade entre sujeito e objeto, a fim de resguardar a essencial inter-relação que vigora entre todas as coisas.

Conclusão

Toda essa rica dinâmica que se processa na reflexão literária de Clarice Lispector aponta para uma celebração da imanência. Poderíamos até falar numa “mística” da imanência radical, da epifania do cotidiano. O ritmo da reflexão da escritora é pontuado pelo valor do aquém, a ideia diversas vezes repetida de que o “reino” é deste mundo. O divino se revela no real, e Deus está presente por toda parte, como “no barulho neutro das folhas ao vento”, de forma muito mais arraigada que nas preces tradicionais (LISPECTOR, 2020a,
p. 133). No murmúrio do neutro, presente no canto das coisas, é que se dá o mistério mais profundo. Estamos, portanto, diante de uma “mística ao revés”, uma santidade profana e leiga (SÁ, 1993, p. 135). Uma experiência vital que convoca o sujeito não a uma comunhão para além do tempo, mas ao encontro do mistério “nas coisas que compõem o presente humano (LIMA, 1969, p. 119).

Referências Bibliográficas

CASTELLO, José. Introdução. In: CASTELLO, José (org.). Clarice Lispector na cabeceira: romances. Rio de Janeiro: Rocco, 2011.

CHIARAVALLE, Bernardo di. Sermone XXIII. In: CHIARAVALLE, Bernardo di. Sermoni sul Cantico dei Cantici. v. 1. Roma: Vivere In, 1996.

FRANCISCO, Papa. Laudato Si’: Carta Encíclica sobre o cuidado da casa comum. São Paulo: Paulinas, 2015.

INGOLD, Tin. Estar vivo: ensaios sobre movimento, conhecimento e descrição. Petrópolis: Vozes, 2015.

LIMA, Luiz Costa. Por que literatura. Petrópolis: Vozes, 1969.

LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

LISPECTOR, Clarice. A paixão segundo G.H. Rio de Janeiro: Rocco, 2020a.

LISPECTOR, Clarice. Água viva. Rio de Janeiro: Rocco, 2019a.

LISPECTOR, Clarice. Perto do coração selvagem. Rio de Janeiro: Rocco, 2019b.

LISPECTOR, Clarice. Todas as crônicas. Rio de Janeiro: Rocco, 2018.

LISPECTOR, Clarice. Todos os contos. Rio de Janeiro: Rocco, 2016.

LISPECTOR, Clarice. Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Rocco, 2020b.

MERTON, Thomas. Reflexões de um espectador culpado. Petrópolis: Vozes, 1970.

NASCIMENTO, Evando. O pensamento vegetal. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2021.

NUNES, Benedito. O drama da linguagem: uma leitura de Clarice Lispector. São Paulo: Ática, 1995.

SÁ, Olga de. Clarice Lispector: a travessia do oposto. São Paulo: Annablume, 1993.

Faustino Teixeira*

*é professor titular aposentado da Universidade Federal de Juiz de Fora e colaborador nos canais IHU e Paz e Bem. E-mail: [email protected]